ARTISTAS DE MINHA TERRA: outubro 2010

ONDE A ARTE E A CULTURA PARAÍBANA BUSCAM OS CAMINHOS PARA UMA NOVA CONSCIENCIA CULTURAL,

PARTICIPEM, DIVULGUEM, QUESTIONEM.

EMBOLADA DE CACHIMBINHO E GERALDO MOZINHO

CACHIMBINHO:

Eu vi um mouco serrando um toco,
uma certa vez uma mouca chamada Inês
foi também se aproximando
o pó ficou aparando
sorrindo de fazer dó
e rodou numa perna só
namorando com o mouco
o mouco serrava o toco
e a mouca aparava o pó.

GERALDO MOUSINHO:

O mouco beijava a mouca
e a mouca beijava o mouco
ele estava quase rouco
e a mouca meia louca
deu-lhe um beijos na boca
que assanhou o pitó
o mouco foi pró forró
e lá tomou água de coco
o mouco serrava o toco
e a mouca aparava o pó.

CACHIMBINHO:

Vi o mouco mais a mouca trabalhando no roçado
era um namoro danado
ela estava meia rouca
fazendo uma força pouca
o mouco inchava o gogó, e disse:
Eu como mocotóto do dia e não é pouco
o mouco serrava o toco
e a mouca aparava o pó.

GERALDO MOUSINHO:

O mouco olhava para mouca
e a mouca olhava pró mouco
ele ficou meio rouco de beijar na sua boca
e a mouca quase louca beijava ele sem dó
os dois faziam uma mó como quem cantava um coco
o mouco serrava o toco
e a mouca aparava o pó.

CACHIMBINHO:

Pois, o mouco namorava com a mouca
todo dia olhava ele e sorria
e ela lhe abraçava com ele se entrançava lhe chamando:
Meu Xodó
ele tinha um olho só
e pela mouca ficou louco
o mouco serrava o toco
e a mouca aparava o pó

GERALDO MOUSINHO:

A mouca perto do mouco
aparava com a mão o pó que caía no chão
mas o mouco ficou louco um dia lhe deu um socó
e ela arrochou-lhe o gogó
o mouco de paletó parecia um galo choco
o mouco serrava o toco
e a mouca aparava o pó.

CACHIMBINHO:

O mouco disse prá mouca:
Dizem qu’eu sou meio mouco
mas por você vivo louco
quero beijar sua boca
disse a mouca:
Eu fiquei louca por você meu xodó, vou sair do caritó pra comer peixe de coco
o mouco serrava o toco
e a mouca aparava o pó.

GERALDO MOUSINHO:

O mouco ganhava pouco
serrando pau todo dia
mas a mouca lhe dizia:
Sei que você não é louco
trabalha que fica rouco
e pra desatar o nó
ela dançava forró sendo escondida do mouco
o mouco serrava o toco
e a mouca aparava o pó.

Sobre o Mago William

Fred William de Brito Dutra é natural de Campina Grande e nasceu em 30 de Agosto de 1959, sob o Signo de Virgem, é canhoto e adora Filosofia, Artes em todos os níveis, e faz do pensamento um exercício de vida, desde os sete anos desenha e ganhou o seu primeiro concurso de desenho aos dez anos, que foi promovido por uma rádio da cidade em nível estadual. Não gosta muito de expor seus trabalhos, e não participa de concursos de Arte por acreditar que todo Artista tem sua forma de expressão e não deve ser comparado com outro, não se deve concorrer com formas de expressão, todas tem sua importancia para o todo. Ao idealizar esta coleção de Desenhos Artistas de Minha Terra, ele tenta em primeiro lugar difundir a técnica quase esquecida do Bico de Pena em desenho, pelo advento da computação gráfica, e com isso mostrar todo o Carinho que tem pelos nossos Artistas que iluminam o nosso Brasil e o Mundo com sua arte em multiplas manifestações.
Cada imagem é composta por milhões de pontos que juntos formam as imagens de cada rosto, é como se ao fazer cada desenho, fosse uma forma de carinho profundo de um artista para outro, que com seu trabalho encanta todo o mundo.
Assim, o Mago William tenta valorizar a nossa cultura de todas as formas, levando a todos os lugares possíveis os trabalhos que hoje são expostos nesta página, aguardando convites para expor a coleção que terá cópias autografadas pelo autor e por cada um dos que estão retratados nas Artes, formando uma obra para os que gostam de colecionar. Os Originais pertencem ao acervo do Artista. mensagens e convites podem ser enviados para o E-mail: fredwilliam2008@gmail.com ou direto na página do Orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=7532077896028764765 ; O Artista agradece pela visita.

Archidy Picado e sua Poesia Surrealista

E no Éden...

Por que não só prestam homenagens a mim,
único verdadeiro querubim a transitar desde muitos anos
por estes cósmicos jardins
de onde brotam universos e insanos?

Fizeram-me perder memória de princípios,
mas estou aqui desde o fim dos tempos primeiros,
tripulante e passageiro a passear entre estrelas e nuvens
a procurar lugar onde se curva devagar
o ponto de onde parti p’ronde devo chegar.

E eis que encontro primordial desavisado casal
enamorado de seres e desenganos,
vindos de nenhum lugar e indo pra muitos anos
na ignorância natural de quem
nunca soube onde se esconde o Bem
e se mostra o mal.

Talvez devesse tê-los deixado a sós a desatar seus próprios nós,
mas então descobri que o Rapaz Primordial nada sabia da Guerra, ou que
ela era normal, e que aquela chamada Eva não conhecia ainda a erva
que poderia dar um momento de alegria
a sua eterna paz celestial.

Mas então algo me dizia que eu deveria ficar quieto,
pois certo era que Deus estava por perto
a vigiar Suas crias de minhas influências
aos lampejos dos dias passageiros
que tornam vidas fugidias desde o céu à sob os mares
a ensinar contar o tempo em que passariam a fazer rendas
sem poder mais namorar.

Mas Deus em seu fundo sabia
que mais dia menos dia,
mesmo sem minha impaciência,
Adão ficaria puto com a mulher que lhe tornara astuto
ao fazê-lo comer do fruto que em certa árvore nascia.

E então, escondidos sob sorrisos,
induzidos por serpente ninfeta,
depois de perder guarida e pureza,
travestidos de outra natureza,
Adão e Eva perderam certezas
E o Paraíso.

11 de out. de 2010

REPRESENTANDO A ARTE